Transplante de órgãos sólidos e o papel do cirurgião dentista
Com a crescente profusão dessa prática de Transplante de órgãos e sendo o Brasil um país que através do SUS realiza cada vez mais esses procedimentos, com a melhoria das taxas de sobrevida, observou-se a necessidade de um maior engajamento do cirurgião-dentista.
Apesar de serem altas as taxas de complicação pós TX por infecções, ainda não existem tantos estudos como gostaríamos sobre o risco de focos infecciosos dentários representam nesses quadros, porém é de grande valia que o paciente que está na fila de Tx só será operado após seu tratamento odontológico, com risco de não operar se for chamado devido a pobre saúde bucal.
Sabemos que após o TX, ocorre ⬇condição imunológica em função da imunossupressão induzida por medicamentos, favorecendo a disseminação de infecções, sangramentos e complicações sistêmicas.
A presença de um CD antes e após a cirurgia de Tx é fundamental. Sabemos que o fator tempo é mandatório em muitos casos e que a remoção de focos infecciosos é prioridade, deixando o tratamento conservador para os pacientes com Boa saúde bucal, o que não é muito comum nesse perfil de paciente que vem de uma longa fase de morbidez.
Além do controle do fator infeccioso, a Orientação de Higiene Bucal é muito importante, assim como um diagnóstico efetivo através de exame clínico e Anamnese minuciosos, auxiliados por exames laboratoriais(análises microbiológicas e antibiogramas para Profilaxia ATB, hemograma, TP, TTP, INR), de imagem, permitindo ao CD presumir um prognóstico e plano de tratamento viáveis para a rápida erradicação desses focos infecciosos.
A manifestação oral de Hiperplasia Gengival Medicamentosa por Imunossupressores, no caso a Ciclosporina-A, também devido padrões inflamatórios desproporcionais aos níveis irritantes locais. Acomete 39% a 50% desses pacientes e seu tratamento é desafiador devido ao maior risco de Sangramento através das cirurgias, além das recidivas e por isso a importância de um exaustivo programa de OHB.